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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Setembro Amarelo: Psicóloga alerta mudanças na saúde mental cinco anos após pandemia

Psicóloga Gersivone Ferreira explicou aumento de ansiedade e depressão após pandemia |

Ilustração/Pixabay


A pandemia do Covid-19, inicada em 2020, afetou todo o mundo, causando diferentes sequelas nas pessoas não só infectadas pelo vírus, mas também aquelas que passaram por momentos delicados durante o período pandêmico.
Na saúde mental não foi diferente. Em prol do Setembro Amarelo, campanha que alerta para a importância do cuidado com a preservação da vida, o BNews ouviu uma especialista para entender os resquícios da pandemia no bem-estar emocional.
Procurada pela reportagem, a psicóloga Gersivone Ferreira relatou quais são os maiores problemas no mundo após a pandemia. “O que mais tenho percebido – e que também os dados apontam – é um aumento muito grande nos casos de ansiedade e depressão”.
“Também houve mais episódios de síndrome do pânico e de transtornos ligados ao estresse, especialmente em quem esteve na linha de frente ou perdeu alguém próximo. Outro ponto é o burnout, que se intensificou bastante. O isolamento social trouxe solidão, mexeu nos relacionamentos, e isso fez com que muitas pessoas também relatassem mais sofrimento emocional. Em alguns casos, infelizmente, até um aumento de ideação suicida, principalmente entre os jovens”, explicou.
Questionada sobre o que mudou no mundo pós-pandemia, ela cita principalmente o ambiente profissional: “Muita coisa mudou. No trabalho, por exemplo, vimos um salto enorme na digitalização e no home office. Isso trouxe vantagens, mas também novas pressões”.
“No lado pessoal, percebo que as pessoas passaram a valorizar mais a saúde, a família e as relações significativas. Ao mesmo tempo, há quem tenha ficado mais distante socialmente, com uma certa dificuldade em retomar vínculos. Também houve impacto na educação e na rotina: escolas e empresas tiveram que se adaptar de forma rápida. E, claro, a pandemia fez muita gente repensar a vida, o propósito, as escolhas de carreira e estilo de vida”.
A profissional ainda afirmou que viu mudança nos atendimentos depois da pandemia. “Muitos pacientes passaram a relatar fadiga emocional, aquela sensação de esgotamento e até de vazio. Notei também mais irritabilidade, dificuldade em lidar com emoções do dia a dia e alterações no sono”.

Confira alguns canais de ajuda gratuitos:

Sites do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Ministério da Saúde e da campanha Setembro Amarelo oferecem cartilhas com informações valiosas para quem quer ajudar e não sabe como.
Ao ligar para o número 188, é possível ser atendido por um voluntário, com respeito, anonimato, que guardará estrito sigilo sobre tudo que for dito. Os voluntários treinados para conversar com todas as pessoas que procuram ajuda e apoio emocional.
Se suspeitar de alguma emergência, ligue para o SAMU (192), ou leve a pessoa para um serviço de emergência (em pronto-socorros, hospitais ou numa UPA 24H). Para indicação de locais para atendimento gratuito em psiquiatria, consulte o site da campanha: www.setembroamarelo.com.
“Por outro lado, vejo que houve um crescimento na procura por psicoterapia e por práticas de autocuidado. Hoje as pessoas falam mais sobre saúde mental, embora o preconceito ainda exista. Nas crianças e adolescentes, percebi um aumento na ansiedade social e em dificuldades de concentração, que também refletem o impacto do período de isolamento”, concluiu.
De acordo com um relatório do Global Mind Project, o Brasil é um dos mais afetados com os impactos da pandemia. O documento emitido em 2024 entrevistou 420 mil pessoas e mostrou que 34% dos jovens com menos de 35 anos são os mais afetados na saúde mental.

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