Demissão de 450 contratados ameaça ‘plano de empreguismo’ de Eduardo Hage para ex-opositores - Bahia Expresso

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segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Demissão de 450 contratados ameaça ‘plano de empreguismo’ de Eduardo Hage para ex-opositores


A cena parecia saída de um manual clássico da política brasileira: um café da manhã oferecido pelo prefeito de Itapetinga, Eduardo Hage (MDB), para atrair a "raia miúda" da oposição local. A estratégia era simples e antiga: oferecer um cargo na prefeitura em troca de apoio político. O objetivo é formar um grupo político "para ser chamado de seu", blindando sua gestão e construindo uma base para futuras empreitadas.
No entanto, o que se anunciou como um astuto plano de poder rapidamente começou a mostrar suas rachaduras. O "plano de empreguismo" de Eduardo Hagge esbarrou em um obstáculo fundamental: a matemática cruel das contas públicas.
O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA soou o alarme: os gastos com pessoal da gestão Hagge já ultrapassam 62% da receita, bem acima do limite de 54% permitido por lei. Se a sangria não for estancada, as contas do município serão rejeitadas, um revés administrativo grave.
Diante da realidade fiscal, a prefeitura não teve alternativa a não ser recuar. A gestão já programa demitir 450 contratados até o final de setembro, com uma nova leva de cortes prevista para outubro. São demissões que não estavam nos cálculos políticos originais do prefeito, forçando-o a frear a expansão de seu esquema de atrair opositores diante da perda de sua base aliada formada por gabirabas.
O drama político se aprofunda quando se analisa a conta eleitoral desse projeto. A aposta de Eduardo foi em figuras da oposição de "baixa expressão política". Ou seja, o custo-benefício da operação é questionável: o prefeito está pagando caro por aliados que, pelas urnas, trouxeram poucos votos no passado. A promessa de formar novas lideranças parece, na prática, um investimento de alto risco e retorno eleitoral duvidoso.
O revés, contudo, pode ser apenas temporário. A análise crítica aponta que, assim que ajustar as contas para satisfazer o TCM, a gestão deve reiniciar as contratações em fevereiro de 2026, mantendo o esquema até 10 de outubro após a eleição. A jogada final é clara: garantir apoio para a campanha a deputado federal de Jayme Vieira Lima, primo dos já condenados por corrupção Geddel e Lúcio Vieira Lima.
A demissão dos 450 funcionários é mais do que um ajuste fiscal; é um ato de sobrevivência política que expõe o drama por trás dos bastidores. Revela uma administração que priorizou a construção de currais políticos em detrimento da responsabilidade fiscal e, agora, colhe o fruto amargo de sua própria estratégia. O "plano de empreguismo" de Eduardo Hagge não falhou por idealismo, mas por cálculo errado. E o preço do seu erro é pago, primeiro, por centenas de itapetinguenses que perderão o emprego.

É IDenuncias, é toma, lá, dá cá, é vida que segue...

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