O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, deu um ultimato aos
responsáveis pela organização da Copa do Mundo em Curitiba nesta
terça-feira, 21. Se as obras na Arena da Baixada não avançarem até 18 de
fevereiro, quando uma nova visita da Fifa ao estádio está marcada, a
cidade pode ser excluída do Mundial. Estão previstos quatro jogos da
Copa no município.
"O que dizer? A questão é delicada. Sejamos
francos e diretos. Como devem saber, a situação atual do estádio não é
do nosso agrado. Não apenas está muito atrasado, mas foge a qualquer bom
cronograma de entrega para a Fifa", afirmou Valcke, em coletiva de
imprensa no início desta terça-feira.
"Não podemos organizar
jogos sem estádio. É uma situação de emergência. Não queremos o estádio
pronto em 18 de fevereiro, mas queremos ver progresso", disse o
secretário-geral. Ao longo da entrevista, porém, o dirigente recuou no
tom das críticas e afirmou que tem confiança de que a arena ficará
pronta a tempo. Segundo o Atlético Paranaense, cerca de 90% das obras
foram concluídas, o que faz do estádio o mais atrasado da Copa.
"Muitas pessoas esperam vir para cá, a campeã mundial Espanha vem para
cá. Então a nossa expectativa é de que as conversas que tivemos com o
Governo do Estado e com a Prefeitura de Curitiba gerem resultados para
que a cidade não fique fora da Copa", disse Valcke.
Um projeto
para aumentar o ritmo das obras foi apresentado a Valcke pelos governos
federal, do estado e do município, além da CAP/SA, empresa criada pelo
Atlético Paranaense para tocar a reforma do estádio. O plano foi
dividido em três medidas principais.
A obra deixará de ser
gerenciada apenas pela CAP/SA. Um comitê gestor, que terá, também,
integrantes dos governos do Estado e do município, será o responsável
por acompanhar os trabalhos na Arena da Baixada e a execução financeira
do projeto. A falta de acesso a informações sobre o custo do estádio e
os motivos dos atrasos é uma das críticas ao projeto curitibano.
O segundo ponto é o aumento no número de trabalhadores. A Fifa já havia
recomendado que a empreiteira aumentasse em 30% a quantidade de
operários este ano, o que ainda não havia sido feito. Consultor de
arenas da Fifa, Charles Botta, havia pedido, semana passada, que o
número de trabalhadores subisse de 1.000 para 1.500. Um terceiro turno
de trabalho no canteiro de obras está sendo estudado.
A
avaliação de técnicos que acompanham a reforma do estádio é que não será
possível inaugurar a arena em 26 de março, como era previsto pelo
Atlético. Ainda não foi divulgada nova data para a abertura do estádio.
Custo será auditado
A terceira medida anunciada nesta terça-feira foi a liberação de mais
R$ 39 milhões por meio de um financiamento da Fomento Paraná, empresa do
governo do Estado criada para financiar projetos no estado.
O
preço do estádio é outra preocupação para quem acompanha a obra. Quando
foi anunciado, em 2010, o projeto custaria R$ 135 milhões. Após
sucessivas revisões, a reforma atingiu o custo de R$ 264,5 milhões. Uma
auditoria independente deve ser contratada para acompanhar os custos.
"Mantido o ritmo das obras, [a arena] não ficará pronta com a qualidade
e os requisitos necessários para a Copa de 2014. É uma constatação de
todos os envolvidos", disse o secretário-executivo do Ministério dos
Esportes, Luís Fernandes, ao anunciar as medidas de emergência para
terminar a reforma da Arena da Baixada.
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