Especialista alerta para condição rara que afeta principalmente os jovens.
Comemorado em 10 de novembro, o Dia Mundial do Ceratocone chama a atenção para uma doença ocular rara e progressiva mas que, segundo o Ministério da Saúde, afeta cerca de 150 mil brasileiros todos os anos. A data reforça a necessidade de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce, especialmente entre crianças, adolescentes e jovens adultos — grupo mais frequentemente acometido pela condição.
A doença é caracterizada pelo afinamento e deformação da córnea, que passa a adquirir um formato cônico em vez do arredondado habitual. Essa alteração causa um astigmatismo irregular, comprometendo de forma significativa a qualidade da visão. Segundo o oftalmologista Felipe Blanc, especialista no tratamento de ceratocone no Instituto de Cegos da Bahia, a causa exata é desconhecida, mas há um forte componente genético associado à condição. Contudo, alguns fatores podem acelerar seu desenvolvimento, como o hábito de coçar os olhos, por exemplo.
“Quem sofre de rinite e alergias, está constantemente coçando os olhos, o que pode agravar o quadro de quem já possui ceratocone. Por isso, é essencial usar colírios antialérgicos para aliviar a coceira. Controlar o ambiente, evitando poeira em paredes, tapetes, cortinas, armários e roupas de cama, além de restringir a presença de animais de estimação e pelúcias, é também fundamental para prevenir o agravamento do problema”, explica o especialista.
Embora considerada rara, a doença tem apresentado índices crescentes nos últimos anos, o que pode estar relacionado ao avanço dos métodos diagnósticos, capazes de identificar casos mais leves de maneira precoce. Dr. Blanc faz um alerta especial para o público jovem: “O diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença no tratamento, evitando que o ceratocone avance para quadros severos, que demandariam procedimentos mais complexos, como o transplante de córnea.”
Ainda de acordo com o especialista, os tratamentos disponíveis atualmente se dividem em duas frentes: a melhora da visão e a estabilização da progressão da doença. “Cada fase do ceratocone exige um tratamento adequado, e o ideal é que as terapias caminhem juntas. Se a doença não for tratada de forma correta e no tempo certo, a tendência é de piora progressiva da visão”, afirma.
Felipe Blanc | Crédito: Divulgação

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