Governadores de SP e Rio Grande do Sul buscam apoio dentro do PSDB para concorrer à Presidência em 2022; pré-candidatos respondem perguntas do 'Estadão',
João Doria e Eduardo Leite disputam a vaga interna tucana Foto: Adeleke Anthony / Futura Press
Após se inscreverem oficialmente nas prévias do PSDB, os governadores Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e João Doria (São Paulo), que apoiaram Jair Bolsonaro no segundo turno em 2018, defendem agora o impeachment do presidente e não rechaçam a ideia de subir no mesmo palanque que a esquerda em um eventual segundo turno contra o presidente.
Já o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio ainda resiste a defender o impedimento. O senador Tasso Jereissati (CE) não respondeu à reportagem, mas admitiu, em entrevista recente ao Estadão, que deve abrir mão da disputa para formar uma frente com Leite e Virgílio para enfrentar o governador de São Paulo. Havia no PSDB a expectativa de que Tasso anunciasse o apoio ao governador do Rio Grande do Sul antes da inscrição, mas o senador preferiu entrar na disputa.
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Nenhum dos pré-candidatos soube responder sobre o custo de suas campanhas, que receberão só a partir de agora recursos do diretório nacional. Tanto Leite quanto Doria já estão viajando pelo Brasil e contam com equipes de apoio.
As prévias presidenciais do PSDB, que estão marcadas para 21 de novembro, são um evento inédito na história do partido. Só existe um precedente de prévias presidenciais na história política brasileira: em 2002, o então pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva venceu o senador Eduardo Suplicy no PT, com 84,4% dos votos válidos ante 15,6% do adversário.
O processo tucano será de forma indireta, a partir de quatro grupos distintos, todos com peso unitário de 25% do total de votos. Os quatro segmentos são: Grupo I: filiados; Grupo II: prefeitos e vice-prefeitos; Grupo III: vereadores, deputados estaduais e distritais; Grupo IV: governadores, vice-governadores, ex-presidentes e o atual da Comissão Executiva Nacional do PSDB, senadores e deputados federais.
João Doria: 'Congresso deve analisar impeachment'
O senhor é favorável ao impeachment do presidente Jair Bolsonaro?
Jair Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade. Há 131 pedidos de impeachment protocolados na Câmara Federal. Sou favorável que o Congresso Nacional analise o pedido de impeachment.
O senhor subiria no mesmo palanque que o PT contra Jair Bolsonaro?
Subirei no palanque de todos os democratas que defenderem a liberdade, o estado democrático de direito, o respeito à Constituição, modernidade de gestão e honestidade de princípios.
Quanto pretende gastar nas prévias?
Gastos com prévias é tema do partido.
Eduardo Leite: 'Não faço escolhas pelo ódio'
O senhor é a favor do impeachment de Jair Bolsonaro?
Ter votado em Bolsonaro em 2018 foi um erro, e mantê-lo no poder se mostra, a cada dia, um novo erro. Há elementos claros para fazer avançar um processo de impeachment, por indícios de crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente. Não se pode vulgarizar esse instrumento, mas também não se pode permitir vulgarizar a Presidência da República. Além de dividir o País, negar os efeitos da pandemia e ter dado sinais de que desrespeita a democracia, Bolsonaro submete o Brasil a uma ausência de agenda e de projeto, contaminando todas as áreas da vida nacional. Já passou da hora de lutar contra o vírus, contra o desemprego, contra a inflação, contra os desmatamentos, contra as desigualdades e não mais ficarmos lutando uns contra os outros. É hora de ter paz e unir o Brasil e os brasileiros.
Subiria no mesmo palanque que o PT contra o presidente Jair Bolsonaro?
Não faço a política do contra, nem faço escolhas pelo ódio. Estamos em 2021 e, agora, o único palanque que existe é o das prévias do PSDB. Vamos vencê-las e, a partir daí, construir um caminho diferente para ter um país mais igual e mais unido a partir da eleição de 2022.
Quanto pretende gastar nas prévias?
Não temos orçamento fechado, mas continuaremos sendo absolutamente econômicos.
Arthur Virgílio: 'Gosto de equilíbrio e moderação'
O senhor é a favor do impeachment de Jair Bolsonaro?
Sou a pessoa mais refratária ao impeachment porque gosto de equilíbrio e ponderação para expandirmos a democracia no País. Evidente que os fatos recentes foram extremamente graves. Espero que Bolsonaro tenha aprendido a lição e se conforme com as regras impostas. Ele tem que perceber que é muito mais fraco que o Supremo Tribunal Federal. Se insistir no autoritarismo, se recair no desrespeito às instituições, aí sim poderei me declarar a favor do seu impedimento.
Subiria no mesmo palanque que o PT contra Jair Bolsonaro?
Eu vou subir em primeiro lugar no palanque do PSDB. As circunstâncias vão ditar quem é que no segundo turno sobe no palanque de quem. No palanque do presidente Bolsonaro eu não vou subir, isso é uma coisa bem verdadeira.
Quanto pretende gastar nas prévias?
Eu ainda não tenho ideia de valores. Dependo muito do partido. Não sou uma pessoa rica. Como ficou prometido, o PSDB vai financiar minhas andanças pelo País, a minha e de uma pequena equipe que vai registrar tudo. Em dois meses e meio, pretendo visitar de maneira intensa todos os Estados. Depois volto para o Amazonas para aguardar o resultado das prévias.
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