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segunda-feira, 9 de maio de 2016

Planejar Itabuna II

Em 2011, fiz um artigo sobre o período pré-eleitoral de Itabuna. Naquele momento, pautei sobre a necessidade do planejamento que os candidatos teriam que ter sobre um possível futuro governo.
João Mateus Feitosa *
Embora o artigo tenha sido publicado naquela data, ele continua sendo bastante atual, visto que o prefeito eleito em 2012, Vane do Renascer, está encerrando o seu mandato em dezembro, e o mesmo é considerado uma grande decepção para o eleitor.
Itabuna continua sendo uma cidade que necessita de um choque de gestão. Um pré-candidato a prefeito tem que ter como prioridade, neste momento, o desenvolvimento de um projeto para a cidade. Para isso, é essencial estruturar uma equipe técnica composta essencialmente de, no mínimo, 12 integrantes.
Todas as áreas da agenda municipal têm de ser contempladas. Essa equipe tem que fazer um diagnóstico completo de todos os problemas da cidade, bem como identificar quais são as principais carências da população e o que causa mais desconforto a Itabuna.
Concluindo esse diagnóstico, é preciso passar à segunda etapa, que é a discussão das alternativas e soluções para os problemas da cidade. Saliento, também, a importância dos pré-candidatos procurarem dialogar com autoridades técnicas que atuam em outros municípios.
Esse diálogo é imprescindível para a busca de experiência em outras cidades do mesmo porte ou até mesmo maior. É preciso, acima de tudo, a conscientização do candidato de que, para administrar Itabuna, deve-se haver um bom preparo.
A situação do município é bastante delicada e, por isso, será necessária uma solução bastante criativa na sua administração, e também de novas práticas de gestão. Itabuna carece de projetos revolucionários e inovadores. A cidade não pode ficar no trivial, tem que sair da mesmice e, para isso ,é necessário esse trabalho de elaboração técnica pensando no plano de desenvolvimento, de tal forma que a cidade seja projetada para o futuro.
O plano de governo do candidato não tem que ser feito pelo “marqueteiro” da campanha. Esse não tem capacidade técnica para tal. Se assim o for, o plano de governo será altamente demagógico. Depois de eleito, esquecido, e as promessas de campanha não serão cumpridas, mas na campanha poderão causar impactos positivos nos eleitores.
Os pré-candidatos têm que saber que jamais podem delegar a parte intelectual, sobretudo o seu plano de governo, para “marqueteiro”. Isso já aconteceu em algumas cidades e o resultado foi a população decepcionada com a opção feita na eleição. Os candidatos devem ter a convicção de que existem coisas que são absolutamente indelegáveis e intransferíveis.
O candidato tem que fazer com base ou sentimento político, da apreciação da equipe técnica que ele é capaz de montar, e, inclusive, com base na percepção do sentimento da população. Eu presumo que não há mais espaço na política atual para um candidato que faça propostas mirabolantes, sem compromisso com a verdade.
A primeira coisa que o candidato tem que fazer é mostrar a dificuldade da cidade, o problema financeiro da prefeitura, as dificuldades da gestão atual e, com base no diagnóstico completo, sinalizar para o futuro.
Com o advento da Universidade Federal Itabuna ficará mais ambiciosa, irá mais além. A cidade precisa de um gestor que possa projetá-la para o futuro, alguém que tenha condição de pensar em Itabuna com projeto de desenvolvimento e posicionar com uma das cidades que mais cresça na Bahia.
Para isso, é necessário fazer um choque de gestão, consequentemente, diminuir o número de órgãos, secretarias e a burocracia instalada. Como também sabe-se, passar de um a dois anos com bastante dificuldade até conseguir ajustar as contas e implantar os projetos.
Todavia, o candidato que tiver essa sinceridade durante a campanha não será bastante simpático perante a população. Evidentemente que o candidato que aparecer fazendo promessas mirabolantes vai ser o mais querido. Por isso, a população também tem sua parcela de culpa quando elege políticos sem compromisso com a verdade.

* João Matheus Feitosa é editor do Políticos do Sul da Bahia

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