Andar de bicicleta, atualmente, se tornou não só um lazer, mas um exercício físico para quem se preocupa com a saúde e também uma opção de transporte para muitos trabalhadores que querem economizar. Mas, a principal preocupação da maioria dos adeptos da bike é a segurança de transitar na cidade e a expectativa de novas ciclovias.
A Prefeitura de Salvador criou, no ano passado, o programa Salvador Vai de Bike, e de acordo com o secretário de Projetos Especiais Gabinete do Prefeito, Isaac Edington, desde então um conjunto de ações de conscientização, educação e atividades pró–bike estão sendo realizadas.
Com 39 estações públicas de compartilhamento, 460 bicicletas localizadas em pontos específicos da cidade, em menos de um ano de atuação, o sistema já acumula mais de 275 mil viagens e ultrapassa 97 mil pessoas cadastradas.
”Desenvolvemos, permanentemente, campanhas em diversas plataformas de
comunicação: redes sociais, internet, rádio, jornal, mobiliário urbano, mídia exterior e busdoor, por exemplo, investindo na conscientização de ciclistas e motoristas, em especial, no respeito mútuo para o melhor compartilhamento das vias”, declarou.
Para o secretário esse é um fator importante para continuar avançando porque por mais infraestrutura que se ofereça, de nada adianta se não houver respeito mútuo entre ciclistas e motoristas. “Em todos os lugares do mundo onde os programas de incentivo avançaram, a infraestrutura embora importante, não foi fator determinante e sim a conscientização”.
Mas, Edington deixa claro que a infraestrutura na cidade para o ciclista tem sido uma preocupação da prefeitura, por isto são instaladas aos domingos e feriados ciclofaixas na Barra, Campo Grande e Parque da Cidade. E há uma mobilização para a criar novos circuitos, a exemplo do Rio Vermelho.
E sobre a possibilidade da criação de novas ciclovias, ele afirma que “é possível avançarmos muito nesse sentido e vamos fazê-lo. A ampliação, implantação e requalificação de infraestrutura cicloviária é um ponto muito importante. Em pouco tempo requalificamos a estrutura existente e criamos novos sistemas”.
Ainda há espaço na cidade para mais ciclovias, segundo o secretário ”temos quase 50 quilômetros. Ainda é muito pouco. Mas novas obras virão. Queremos avançar também na implantação de bicicletários e paraciclos. Devemos implantar até o final do verão de 2015, mil paraciclos em pontos estratégicos da cidade”, sinalizou.
Descuido
Uma pesquisa feita pela Proteste-Associação de Consumidores, em que entrevistou cerca de 1.857 ciclistas em sete capitais do país, mostra que eles descuidam da segurança.Dos 20 mil ciclistas em Salvador, cerca de 265 foram entrevistados para a pesquisa, destes 56% alegaram já ter sofrido acidentes, mas a maioria com machucaduras leves ou de média gravidade, poucos disseram ter sofrido gravemente.
Dois ciclistas, com objetivos diferentes, Milena de Santana Souza Lima, publicitária e Josevaldo da Cruz Ferreira, porteiro de prédio falam sobre segurança. A publicitária utiliza a bike para se exercitar, fugir do sedentarismo, já o porteiro é para ir ao trabalho, economizar na passagem e também evitar o transtorno da grande espera de ônibus.
Os dois se preocupam muito com a segurança e sobre o resultado da pesquisa informaram estar atentos a tudo. “Geralmente só saio nos finais de semana e feriados, já tenho a vantagem porque além da ciclovia permanente na orla, a prefeitura instala novas ciclovias em outros locais o que favorece a todos. Mas a cidade precisa de novas ciclovias”, afirmou Milena.
Para Josevaldo que enfrenta ruas que não possuem ciclovia a situação é mais difícil. “Moro em Cosme de Farias e trabalho em um prédio no Horto Florestal. Pego as avenidas mais movimentadas e com pouco espaço para duas mãos. A vantagem é que inicio às 6 da noite e saio às 6 da manhã. Tanto na vinda, saio de casa 5 como na volta, o trânsito tá bom, mas conheço colegas que enfrentam grande movimento de carros em ruas principais”.
De acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o uso dos capacetes para ciclistas não são obrigatórios. No entanto, como atesta a Proteste, é recomendável como item de segurança, sobretudo para os iniciantes, protegendo a cabeça em caso de queda e diminuindo as chances de traumatismo craniano.
E a pesquisa apontou de todos os entrevistados, não só de Salvador, como as outras seis cidades que o uso de acessórios de segurança não é vista como prioritária: 27% dos brasileiros confessaram que nunca usam capacete. E 20% revelaram que nunca usam refletores ou sinais luminosos (como colete ou adesivos) ao pedalar à noite. E 41% não têm buzina em suas bicicletas.
A sinalização noturna na lateral colocada nas rodas e nos pedais também é uma exigência do Contran. Pela lei, os fabricantes já devem colocar nas lojas produtos com esses acessórios. Mas se o modelo for antigo (ou se estiver mal conservado), pode não ter. Nesse caso, o cliclista precisa providenciar.
Para evitar acidentes, também é preciso manter a bicicleta em bom estado. Para 68% dos entrevistados, assim como carros, motos e caminhões, as bicicletas deveriam ter o mínimo de manutenção e condição para transitar pelas ruas e estradas, podendo ser recolhidas em caso de má conservação.
Entre os principais defeitos que os brasileiros relataram já ter enfrentado, estão problemas com freios (24%), pedais, correntes e rodas dentadas (23%), rodas e pneus (23%) e sistema de engrenagem (22%).
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