O
município de Floresta Azul sempre teve como base de sua economia a
cultura do cacau e pecuária de corte e leite. As grandes propriedades
rurais (fazendas) sempre foram o termômetro da sua economia e por
décadas regiam a renda per capita local. O município está localizado na
região Sul da Bahia, em uma microrregião conhecida mundialmente como
Região Cacaueira. A chegada da Vassoura de Bruxa na década de 80 dizimou
grande parte das fazendas de cacau, tirando milhares de trabalhadores
rurais do campo e jogando-os para as beiradas da cidade. Muitos foram
embora rumo ao Sul e Sudeste do país em busca de uma vida melhor. Foi o
início do êxodo rural na região.
Com a quebra da região cacaueira, Floresta Azul não fugiu à regra e passou os últimos trinta anos tentando se reinventar.
A construção de uma represa com mais de 4 quilômetros de extensão
surgiu no governo do prefeito Raimundo Silva Cardoso, que através do
Governo do Estado da época conseguiu recursos da ordem de 16 milhões de
reais para sua construção. Hoje essa represa abastece os municípios de
Floresta Azul, Firmino Alves e Santa Cruz da Vitória e trouxe novas
perspectivas para essas três cidades que viu, além da solução para os
problemas da água local, o nascimento de uma nova cultura. A
piscicultura passou a fazer parte do dia a dia dessas cidades e já
agrega trabalho e renda para os moradores locais.
A Associação de Agricultura e Piscicultura de Floresta Azul encontra-se
implantada há três quilômetros da cidade, às margens da represa, e
conta com 16 famílias associadas que trabalham e tiram o sustento do
peixe criado em cativeiro. São 40 gaiolas, sendo que 25 estão em pleno
funcionamento, produzindo em média 500 tilapias por gaiola e dando uma
produção de aproximadamente uma tonelada de peixe por mês. A Associação
foi criada com recursos do Governo Estadual e conta com apoio técnico da
Ceplac, Sebrae e Bahia Pesca, que fornece os alevinos.
O presidente da Associação, Antônio José de Jesus Vicente, disse que
boa parte da produção é vendida para outras cidades, mas o dinheiro
ganho com a venda dos peixes fica todo no município. “Essa represa nos
deu a oportunidade de trabalhar e sustentar nossas famílias. São 16
pessoas que vivem do peixe aqui pescado. Já existe também uma parceria
com a Associação do Limoeiro, que adquiriu uma gaiola e cria
aproximadamente 500 peixes através do Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA)”, disse Antônio Vicente.
O pescador Antônio Macêdo dos Santos disse que também é agricultor na
região do Barbado e que o surgimento dessa represa lhe deu uma nova
fonte de renda. “A pesca tem ajudado muito, pois é uma renda extra, mas
sinto a falta de uma Casa de Farinha na minha região, que é grande
plantadora de mandioca. Espero que um dia o poder público municipal
construa uma para aquela região”, disse Antônio.
O entorno da represa é cercado por uma estrada e diversas fazendas, que
dão ao morador da região um espaço de lazer nos finais de semana com
passeio de barco, uma boa pescaria, além de caminhadas e passeio de
bicicleta, moto ou carro. O turismo ecológico está em alta no mundo e
tem crescido na região.
VISITA
O professor Soares Neto, o diretor de Meio Ambiente de Ibicaraí,
Álvaro Caldas e esposa, além de representantes da imprensa de Coaraci,
Ibicaraí e Floresta Azul, estiveram presentes na represa e nas
dependências da associação e acompanharam de perto todo o processo de
criação e venda dos peixes.




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