Tiago fez Enem em 2012, aos 14 anos, e passou para medicina. |
“Nem sei ao certo quantas horas eu estudo”. Esse empenho fez com que o
cearense Francisco Rodrigues de Castro Júnior conquistasse, com apenas
14 anos, uma aprovação em Medicina na Universidade Federal do Ceará
(UFC), no campus de Sobral. Cursando o 2º ano do ensino médio no Colégio
Ari de Sá Cavalcante, Júnior disputou uma das 80 vagas com mais de 3,7
mil candidatos (concorrência de 46 por vaga). O
jovem realizou a prova do Enem 2013 como uma forma de testar seus
conhecimentos e obteve a média geral de 791,2 pontos. Tímido, ele
confessa que não se surpreendeu com a aprovação, porque recebeu o
resultado de forma fragmentada. No colégio, a notícia foi divulgada
naturalmente, mas as pessoas acharam que a idade dele estava errada no
sistema. “Primeiro o número de
questões, depois pontuação e depois aprovação. Então o impacto se
dissipou um pouco”, explica o garoto, que começou a estudar com dois
anos, em Mucambo, a 353 km de Fortaleza. Na
rotina do primeiro lugar da turma olímpica não existe nenhuma fórmula
secreta ou atividades incomuns. Entre uma hora de estudo e outra, também
sobrava tempo para se divertir com os amigos e interagir nas redes
sociais. Porém, o melhor passatempo para Júnior sempre foi a leitura.
“Eu sou caseiro, quando quero me divertir vou para o computador ou leio
um livro”. Entre as matérias
preferidas, ele cita biologia, geografia e literatura. Quantos livros
costuma ler em média? Ele também não costuma contabilizar, mas tem a
fantasia épica da série “As Crônicas de Gelo e Fogo”, escrita pelo
romancista e roteirista norte-americano George R. R. Martin, como a
preferida. Para cursar Medicina,
Júnior recebeu um certificado de avanço do colégio, através do Conselho
Nacional de Educação, possibilitando-o a realizar a matrícula na
universidade sem a necessidade de concluir o ensino médio. Segundo o
diretor de ensino do colégio Ari de Sá Cavalvante, Ademar Celedônio, em
alguns casos a escola tem autonomia para resolver a documentação do
aluno. No caso do Júnior, a alta nota alcançada no Enem foi
determinante. “Eu já mudei muitas
vezes o que eu queria fazer, mas o meu atual sonho era fazer Medicina.
Pensei em ser engenheiro, pensei até em ser astronauta”, conta o
aprovado, que agora pretende ser o primeiro médico da família, de onde
vem as inspirações para os estudos. “Não tenho nenhum super herói como
exemplo. Admiro alguns professores que tive, minha mãe e minha tia, que
são professoras”. Como sempre
estudou com pessoas mais velhas do que ele, o cearense explica que está
tentando não criar expectativas para a fase universitária, e que ainda é
cedo para pensar em uma especialidade. “Eu acredito que eu vou gostar
das disciplinas e do que eu vou aprender. Estou tentando me manter
neutro, porque vai depender também das pessoas com quem eu vou
estudar”. Além de olimpíadas
internas entre os colegas de escola, o cearense também se destacou em
olimpíadas nacionais. Ele tem três medalhas de prata pela Olimpíada
Brasileira de Astronomia, uma pela Olimpíada Júnior de Ciências
Americana e outra pela etapa nacional da Olimpíada Internacional Júnior
de Ciências. (Uol)
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