Projeto veio após rejeição à proposta da presidente de reforma política
Deputados federais trabalham para aprovar ainda esta semana mudanças na
legislação eleitoral que afrouxam os controles existentes sobre doações
de campanha. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta
segunda-feira (15), mostra que um projeto de lei preparado por um grupo
de trabalho composto por representantes de vários partidos acaba com os
recibos para doações eleitorais e permite que políticos com contas de
campanha rejeitadas pela Justiça Eleitoral voltem a se candidatar nas
eleições do ano que vem. Atualmente, os postulantes devem dar recibos às
pessoas e às empresas que financiam suas campanhas, e esses
comprovantes devem ser submetidos à análise da Justiça. O relator da
proposta, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que, sem os
recibos, a fiscalização poderá ser feita com registros da movimentação
bancária das campanhas, em que os doadores seriam identificados. Segundo
o petista, a ideia é tornar a fiscalização mais eficiente. "Com o
número de candidatos que temos atualmente, não há controle", disse.
"Estamos melhorando isso ao permitir que o controle ocorra de forma
eletrônica”, complementou. Para a procuradora-geral eleitoral, Sandra
Cureau, a medida é preocupante. "Isso pode dificultar o controle da
prestação de contas. No nosso entendimento, é mais uma dificuldade para
cruzar os dados de quem fez a doação e o beneficiário", avaliou. No caso
dos políticos com contas de campanha rejeitadas pela Justiça Eleitoral,
a proposição permite que voltem a se candidatar se tiverem apresentado
suas prestações de contas dentro do prazo legal. Em 2012, o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) chegou a barrar postulantes com contas
rejeitadas, mas a questão dividiu a Corte e a decisão foi revista pelos
ministros depois. Pressionados por partidos políticos, os magistrados
concluíram que a lei não exige dos candidatos a quitação eleitoral.
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