Evento acontece no dia 26 de abril, em Barreiras, e conta com a
participação de prefeitos, secretários, parlamentares e o apoio do Crea-Ba;
objetivo é retomada das obras da ferrovia
O movimento visando à retomada das obras da Ferrovia de Integração
Oeste-Leste (Fiol) foi lançado na manhã desta segunda-feira (25), na sede da
União dos Municípios da Bahia (UPB), em Salvador. O objetivo é a
realização do I Seminário da Fiol, previsto para acontecer no dia 26 de abril,
em Barreiras, com a participação de ministros, parlamentares e da sociedade
civil. Obra essencial para o escoamento de minérios e da produção agrícola do
Estado, a ferrovia vem sofrendo seguidas interrupções, preocupando prefeitos,
produtores e empresários baianos.
A obra, que liga Figueirópolis, no Tocantins, ao Porto Sul, em
Ilhéus, na Bahia, proporcionará um novo vetor de desenvolvimento para o País.
No lançamento do Seminário Fiol: a Bahia quer, o Brasil precisa, estiveram
presentes secretários de Estado, parlamentares e prefeitos de diversas regiões
do Estado. Segundo o deputado federal João Leão (PP), idealizador do movimento,
a ferrovia é tida como a maior obra do momento para o desenvolvimento do
Estado. “Onde ela passa vai trazer progresso, desenvolvimento e a geração de
empregos”. Leão revelou que dos nove lotes da obra, apenas o lote 3 está em
andamento, os demais encontram-se paralisados.
A obra envolve 47 municípios por onde passa a ferrovia, impactando
diretamente 147 cidades. Além da produção de grãos e frutas, a ferrovia terá
papel importante também para escoar a produção de minério de ferro da Bamin,
localizada em Caetité. “É um projeto prioritário para a Bahia, sendo que já
existem 500 milhões de toneladas de produtos contratadas para transporte em
seus vagões, destacou o parlamentar. Ele deixou claro que a ferrovia enfrenta
um jogo de interesses que envolve diversas ramificações e grupos empresariais
no País. Para a realização do seminário, em abril, já estão confirmadas as
presenças do governador Jaques Wagner (PT), dos ministros das Cidades,
Planejamento, Transportes, Meio Ambiente, dos Portos, além dos presidentes do
Ibama, Valec, Codevasf e outros órgãos.
”É uma obra grandiosa. A Bahia tem grande extensão territorial. Se
a ferrovia fosse construída na Europa certamente atravessaria diversos países.
O dinheiro e o projeto para a obra já existem, o que falta é a sinergia entre
os órgãos envolvidos”, salientou o presidente do Conselho de Engenharia e
Agronomia da Bahia (Crea-Ba), engenheiro mecânico Marco Amigo.
O Crea-BA é um dos parceiros do movimento e o conselho já se
colocou à disposição para acompanhar a obra e ajudar a desobstruir os gargalos.
“É preciso uma conjunção de esforços políticos para sensibilizar os
responsáveis e garantir a retomada das obras”, disse Amigo. O senador Walter
Pinheiro (PT) refletiu que tudo passa por uma questão econômica, existindo uma
grande disputa nacional com relação ao deslocamento de mercadorias. “A ferrovia
vai contribuir para resolver um problema histórico de logística de distribuição
no Brasil e vai também estimular a conclusão de estradas, como a BR-030,
potencializando a economia brasileira e descentralizado a distribuição”.
A presidenta da Comissão Especial da Fiol na Assembléia
Legislativa da Bahia, deputada Ivana Bastos (PSD), informou que a comissão tem
feito inúmeros esforços para destravar a construção. O secretário da Casa
Civil, Rui Costa, informou aos presentes que o Ibama liberou a obra nos trechos
de 1 a 4, deixando claro também os esforços do Estado para
continuidade da obra. “O Porto Sul foi projetado para transportar 100 milhões
de toneladas /ano e deve se tornar o terceiro maior do País”. Ele salientou
ainda que, assim que a chamada MP dos Portos for aprovada, o setor portuário
ganhará investimentos expressivos, atendendo demandas do crescimento de
importação e exportação do país.
“Não há qualquer dúvida sobre a importância deste projeto para a
Bahia e para o Brasil. Já temos a aprovação da lei que regulamenta a Sociedade
de Propósito Específico (SPE), que dará base legal ao Porto Sul”, disse Rui
Costa. Trata-se da lei estadual número 12.623, aprovada pela Assembleia
Legislativa da Bahia (Alba) em dezembro de 2012. De acordo com a lei, o Estado
será sócio da SPE do Porto Sul, garantindo que o interesse público seja cumprido.
Segundo a presidenta da UPB, prefeita de Candeal, Maria Quitéria
(PSB), não é possível pensar o futuro do País sem as ferrovias, “um transporte
mais barato, seguro, ambientalmente sustentável, que induz o desenvolvimento e
atrai novas empresas e investimentos por onde passa e promove a
descentralização desse desenvolvimento”. Ela acredita que as ferrovias também
podem ajudar a resolver parte dos problemas das rodovias. “O Nordeste não tem
futuro se não colocar as ferrovias como prioridade”.
O evento é uma realização da União dos Municípios do Oeste da
Bahia (UMOB), Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia
(AMURC), Prefeituras de Barreiras e Luis Eduardo Magalhães, Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA-BA) e Associação dos Engenheiros e
Técnicos Ferroviários da Bahia e Sergipe (AELB). Conta com apoio da UPB, ALBA,
AIBA, ACELEM e FIEB. A coordenação geral é do deputado federal João Leão.
LIGAÇÃO - A
Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) dinamizará o escoamento da produção
da Bahia e servirá de ligação dessa região com outros pólos do país, por
intermédio de conexão com a Ferrovia Norte-Sul. Incluída entre as prioridades
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Ferrovia de Integração
Oeste-Leste terá 1.527 km de extensão e envolverá investimentos
estimados em R$ 7,43 bilhões até 2014.
A Fiol
ligará as cidades de Ilhéus, Caetité e Barreiras no estado da Bahia a
Figueirópolis, no estado do Tocantins, formando um corredor de transporte que
otimizará a operação do Porto Sul, em Ilhéus, e ainda abrirá nova alternativa
de logística para portos no norte do país atendidos pela Ferrovia Norte-Sul e
Estrada de Ferro Carajás.
Chico Araújo - Assessoria de Imprensa Crea-Ba (MT-1355-Ba)
Foto: Paulo Macedo
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