A escalada nos gastos com servidores comissionados e a estranha discrepância salarial de Wemerson Maia Santos em meio a demissões e cortes na prefeitura.

Em meio às demissões de 38 servidores comissionados, nomeados diretamente pelo prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB), a administração municipal revelou um alarmante aumento nos gastos com pessoal, que ultrapassaram o limite estabelecido pela legislação. A norma exige que o Poder Executivo não gaste mais de 54% de suas receitas com folha de pagamento, mas em menos de seis meses de gestão, a prefeitura de Itapetinga já havia ultrapassado a marca de 60%, o que configura um descontrole fiscal.
O aumento exponencial nos gastos com os comissionados, especialmente os mais próximos ao prefeito, gerou uma verdadeira 'elite' de servidores que, juntos, consumiam quase R$ 250 mil por mês apenas com salários de cargos comissionados. Um dado alarmante, já que esse montante era destinado a quase 40 indicados diretamente por Eduardo Hagge. E a situação se agrava quando se revela que alguns desses servidores recebiam pagamentos duplicados, com o mesmo cargo de coordenação, gerando uma verdadeira distorção no uso dos recursos públicos.
O caso mais emblemático dessa distorção é o de Wemerson Maia Santos, comissionado na Secretaria Municipal de Educação. O que parecia ser uma simples nomeação se transformou em um fenômeno de salários altíssimos e saltos impressionantes. O salário inicial de Wemerson era de R$ 7.500,00, mas ele passou a ter um reajuste substancial, chegando a valores incompatíveis com a estrutura salarial da prefeitura.
Em janeiro de 2025, Wemerson recebeu R$ 7.500,00, mas, no mês seguinte, seu salário foi reajustado para R$ 8.906,25.
Em março, o valor saltou para R$ 14.062,50, um aumento considerável para um servidor de cargo comissionado. Já em abril, o servidor teve um pequeno retrocesso, mas o salário continuou alto, R$ 12.787,50, pagos em duas folhas de pagamento, um fato que gerou especulações sobre a legalidade da prática. Ou seja, Wemerson, que deveria ser remunerado por um único cargo, parecia receber de duas fontes dentro da própria Secretaria Municipal de Educação, com pagamentos que variavam entre R$ 7.500,00 e R$ 5.287,50.
Apesar das tentativas dos colaboradores do IDenuncias de obter esclarecimentos da Secretaria de Educação sobre esse pagamento inusitado e sobre a prática de receber em duas folhas, as informações não foram divulgadas. Em maio e junho, o salário de Wemerson continuou a ser pago com variações, mas sempre acima do esperado para cargos comissionados da Prefeitura. Em julho, a surpresa: um salário de R$ 17.437,50, o maior pagamento já registrado entre servidores comissionados na história recente da administração municipal.
Nos meses seguintes, os pagamentos continuaram a superar o salário do próprio secretário municipal de Educação e do vice-prefeito, ambos com vencimentos de pouco mais de R$ 12 mil. Os valores de R$ 12.787,50 pagos em agosto e setembro para Wemerson, além de não se justificar como prática salarial para o cargo em questão, revelam uma discrepância gritante em relação aos parâmetros salariais da prefeitura.
O mais preocupante é que, de acordo com informações, a prática de pagamento de salários em várias folhas de pagamento não se limitou ao caso de Wemerson Maia Santos, mas se espalhou para outras secretarias municipais. No entanto, esses outros pagamentos mantiveram valores mais "modestos", variando entre R$ 3.900,00 e R$ 7.500,00.
O que se espera agora é uma explicação clara do vice-prefeito e secretário de Educação, Alécio Chaves (PSB), sobre os altos salários pagos dentro de sua pasta. Afinal, a questão do salário exorbitante de Wemerson Maia Santos, que desafia qualquer lógica administrativa, precisa ser respondida com urgência. O que está por trás desse aumento tão expressivo em um momento de cortes nas contas públicas? E, mais importante, qual a justificativa para essa disparidade em um governo que se propõe a ser eficiente e comprometido com a educação pública de qualidade?
Este caso é apenas a ponta do iceberg de uma administração que parece ignorar os limites da ética e da legalidade, e cujos reflexos, se não esclarecidos, podem comprometer ainda mais a confiança da população de Itapetinga nos seus governantes.
O Bahia Expresso abre espaço a assessoria do Prefeito para possivés esclarecimentos.
Extraido do Idenúncias
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