Na 21ª sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Ibicaraí, realizada no dia 3 de setembro, o vereador Edi da Vila utilizou o grande expediente para manifestar críticas à gestão municipal e reforçar seu papel de fiscal do povo.
Logo no início, o parlamentar citou o discurso do colega Leonardo Alves e afirmou sua tristeza ao “falar a verdade na tribuna”. Edi relatou que, na sessão anterior, levantou problemas enfrentados pelo município, o que teria motivado a prefeita a realizar uma live para rebater suas falas.
Durante seu pronunciamento, o vereador pediu desculpas à secretária de Assistência Social, Tereza Tavares, reconhecendo que não teve a intenção de ofendê-la. Ressaltou que sua cobrança foi direcionada à secretaria, e não à pessoa, lembrando ainda que Tereza é mãe da prefeita.
Edi ironizou a live da gestora, que, segundo ele, teve baixa audiência em comparação com o número de seguidores da prefeita nas redes sociais. Disse que respeita a prefeita “como médica e como mulher”, mas destacou que a cadeira de chefe do Executivo exige responsabilidade e compromisso com uma cidade que, segundo ele, “pede socorro”.
O parlamentar também reclamou de críticas que tem recebido ao cobrar melhorias. Citou como exemplo a denúncia da falta de colchões em uma creche da Vila Santa Isabel, que funciona apenas até o meio-dia, e o problema da falta de ambulâncias no hospital municipal, que teria sido exposto em um vídeo que viralizou nas redes sociais. Ele orientou a população a acionar o Samu (192) em casos de urgência, já que, segundo ele, o município não disponibiliza ambulâncias adequadas.
Outro ponto abordado foi o atraso no pagamento dos chamados “combeiros”. Segundo Edi, somente após a cobrança feita em plenário os vencimentos foram pagos. O vereador também questionou a situação do transporte escolar, lembrando que foi criticado por denunciar um ônibus que circulava com as portas abertas.
“Querem que a gente se cale diante dos problemas, só para satisfazer a vontade da prefeita?”, questionou.
Edi pediu que a gestora passe a ver as cobranças como um alerta para corrigir erros, em vez de reagir de forma agressiva. “Ao invés de me criticar, a prefeita deveria me agradecer, porque muitas coisas só são resolvidas depois que cobramos”, afirmou.
O vereador também criticou a postura de uma funcionária contratada, que, segundo ele, foi à sessão a mando da gestora e tentou atrapalhar sua fala com vaias. Apesar disso, disse ter pedido desculpas à servidora, “provando humildade, mesmo ela estando errada”.
Ao responder críticas do colega Guilherme, que afirmou que alguns discursos seriam “vazios”, Edi defendeu o direito de cada parlamentar usar a tribuna da forma que considerar necessária.
Na área da habitação, lembrou que no primeiro mandato da prefeita foi anunciado o início de 100 casas populares, mas, segundo ele, as obras não foram concluídas pela atual gestão. Edi destacou que o ex-prefeito Lenildo Santana conseguiu recuperar 50 unidades e agradeceu ao vereador Jerônimo por destinar R$ 5,4 milhões para a conclusão do projeto. Questionou ainda por que, mesmo com R$ 11 milhões, a prefeita não finalizou as moradias.
O vereador também pediu esclarecimentos sobre outras 150 casas e acusou a prefeita de divulgar fake news sobre o calçamento da Vila Santa Isabel. Segundo ele, a obra foi realizada por meio de emenda do deputado federal Alex Santana, mas sem saneamento básico porque a prefeitura não fez a parte que lhe cabia.
Por fim, cobrou informações sobre as 100 casas anunciadas em 2023 pelo então ministro João Roma, destinadas às famílias atingidas pelas enchentes e pessoas que vivem de aluguel.
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