Ex-presidente procurou senador para alinhar alguns pontos do depoimento
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ligou para o senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) antes de o general da reserva ser ouvido em sessão conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, na semana passada.
O próprio Mourão informou ao colunista Igor Gadelha do portal Metrópoles a conversa. Mourão contou que Bolsonaro o procurou para pedir que o senador reforçasse, no depoimento, alguns pontos que o ex-presidente da República considera importantes para sua defesa.
Segundo Mourão, Bolsonaro pediu, por exemplo, que o senador reforçasse na oitiva, que ocorreu na sexta-feira, 23, nunca ter ouvido qualquer menção do ex-presidente sobre algum tipo de ruptura institucional.
No depoimento, Mourão também negou ter sido monitorado por militares acusados de envolvimento em uma trama golpista para manter Bolsonaro no poder, como afirmou Mauro Cid em delação premiada.
Além de Bolsonaro, Mourão foi indicado como testemunha de defesa pelos generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Souza Braga Netto, todos também réus no inquérito do golpe.
Procurado, Bolsonaro não respondeu até a publicação desta matéria.
Mourão reclamou de distância de Bolsonaro
Longe da trama que tinha como objetivo executar um golpe de Estado no Brasil, logo após as eleições presidenciais de 2022, o senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) teve pouca influência no governo Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022.
Em 2021, terceiro ano do governo, Mourão reclamou da falta de diálogo entre Bolsonaro e ele. O então vice disse na ocasião que as conversas entre os dois ocorriam de maneira "esporádica".
"Não há conversas seguidas entre nós. As conversas são bem esporádicas", esclareceu em entrevista ao canal CNN na época. Mourão ainda disse sentir falta de uma conversa para entender sua função dentro do governo.
"Faz falta até para eu entender em determinados o que eu preciso fazer", afirmou.
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