Sexta-feira 13 de pesadelo em Paris - Bahia Expresso

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domingo, 15 de novembro de 2015

Sexta-feira 13 de pesadelo em Paris

Vim participar de um evento incrível do airbnb que reuniu aproximadamente 6.000 pessoas de 100 países. Tivemos palestras com filósofos, pensadores e pessoas que estão revolucionando o mundo com suas ideias. Realmente abrir sua casa pra estrangeiros desconhecidos é algo que vai contra a maré de medo e temor que é pregado na sociedade. Me senti pertencente a um "universo paralelo" do bem, que converge pra tudo que acredito. Estava com os brasileiros em um restaurante, todos felizes confraternizando. E só aos poucos fui entendendo o que estava acontecendo. Primeiro fomos proibidos de deixar o lugar. Eu não tinha noção da gravidade e decidi pegar um táxi com mais 2 pessoas. Nenhum taxi parava, a uma distância de 2 quadras tinha acontecido um atentado. Sou super easy-going e sempre levo as coisas pro bem, achei que não era nada demais. Na falta de taxi, fomos andando. Passamos até pela casa do primeiro ministro, onde havia grande movimentação de policiais. Todos dispersaram e peguei outro caminho. Um francês me pára, tentando me impedir de continuar seguindo (até me ofereceu pra eu dormir na casa dele). Não falava inglês, mas tinha muito medo no seu rosto. Eu decidi que ia pro hotel mesmo assim. E tinha que atravessar a Bastilha pra chegar lá. Tudo ao redor estava bloqueado. A bastilha foi um marco na revolução francesa, foco de ataques. Ali comecei a ter uma noção do horror. Pessoas correndo, olhares de medo, temor, desconfiança...isso tudo me contaminou. Fui ficando com muito, muito medo. Agora são 5 da manhã aqui e não consigo dormir. Não sabemos como será os próximos dias...

Por Virginia Martins

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