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A bancada do PMDB informou nesta quarta-feira, 15, ao vice-presidente da República e responsável pela articulação política do governo, Michel Temer, que as Medidas Provisórias do ajuste fiscal só serão aprovadas no Congresso depois que a legenda for contemplada com os cargos de segundo escalão. Segundo integrantes do partido ouvidos pela reportagem, a expectativa é a de que se iniciem as indicações até a última semana deste mês, quando as Medidas Provisórias que tratam dos ajustes em benefícios trabalhistas e previdenciários devem entrar em discussão no plenário da Câmara. “Foi colocado que antes do ajuste tem que ter o segundo escalão. É a moeda de troca”, disse um integrante da bancada que esteve no encontro. Também estiveram presentes o líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE), e o senador Romero Jucá. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não compareceu. Temer, no entanto, fez questão de no discurso citar a presença do ministro do Turismo, Vinícius Lages, apadrinhado por Renan Calheiros. Lages foi levado ao centro da disputa entre o PMDB das duas Casas, após o vice-presidente ter anunciado que o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves iria ocupar a pasta. A expectativa era que a troca ocorresse no dia de hoje, o que não aconteceu. Na conversa com os parlamentares, Michel Temer informou ainda aos integrantes da bancada que já começou a procurar outros partidos para negociar os espaços que devem ser distribuídos pelo governo para tentar dissolver a crise política. O impasse gerado com o Palácio do Planalto e lideranças da base aliada vem se arrastando desde o início do ano e é alimentado pelos baixos índices de popularidade de Dilma. Apesar das negociações com outras legendas, integrantes do PMDB esperam que sejam os primeiros da fila nas escolhas, uma vez que o partido detêm as presidências da Câmara e do Senado, além da maior bancada do Congresso, o que lhe dá a prerrogativa de ditarem o ritmo das votações nos plenários. Dentro do PMDB das duas Casas o entendimento é que Temer terá apenas os próximos três meses para conseguir demonstrar o “poder de manobra” que terá juntos às bancadas da base aliada, o que passa pela distribuição de cargos e liberação de emendas dos parlamentares. “Todos devem apostar no êxito dessa operação. Todos têm que compreender também que dar governabilidade é uma responsabilidade com o Brasil. A repercussão não é só contra o governo, PT ou PMDB mas com toda a sociedade”, afirmou o ministro da Pesca, Helder Barbalho, que esteve no encontro. Além da questão dos cargos, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a tocar na questão de independência da Casa frente ao Palácio do Planalto.
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