A arrecadação de impostos, contribuições federais e demais receitas
somou R$ 1,13 trilhão e bateu recorde histórico em todo ano de 2013,
segundo números divulgados pela Secretaria da Receita Federal nesta quarta-feira (22). Na comparação com o ano anterior, houve uma alta real (acima da inflação) de 4,08%.
Em termos nominais – ou seja, sem atualização dos valores pela inflação
– a arrecadação cresceu R$ 109 bilhões no ano passado. Deste modo, esse
crescimento foi contabilizado com base no que efetivamente ingressou
nos cofres da União.
"O comportamento da arrecadação foi muito bom em 2013. Para este ano,
estamos bastante otimistas. A lucratividade das empresas tem sido boa e
tem havido manutenção dos níveis de consumo em patamar superior ao
passado", declarou o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto
Barreto. Ele se mostrou otimista que a arrecadação administrada (sem
"royalties") tenha uma alta acima de 2,3% em 2014.
De acordo com o Fisco, a arrecadação cresceu em 2013, atingindo novo
recorde, mesmo com as desonerações de tributos anunciadas pelo governo
nos últimos anos (folha de pagamentos, IPI de automóveis e cesta básica
entre outros) – que tiveram o impacto de R$ 77,7 bilhões em todo ano
passado.
Novas modalidades do Refis
Ao mesmo tempo, porém, a arrecadação de 2013 também contou com a "ajuda" das novas modalidades do Refis, programa de parcelamento de débitos de empresas e pessoas físicas com o governo, que contribuíram para inflar os valores arrecadados em R$ 21,78 bilhões no ano passado.
Ao mesmo tempo, porém, a arrecadação de 2013 também contou com a "ajuda" das novas modalidades do Refis, programa de parcelamento de débitos de empresas e pessoas físicas com o governo, que contribuíram para inflar os valores arrecadados em R$ 21,78 bilhões no ano passado.
As novas modalidades de parcelamentos foram aprovadas pelo Congresso
Nacional e sancionadas pela presidente Dilma Rousseff, com o apoio da
Secretaria do Tesouro Nacional, mas à revelia da área técnica da Receita
Federal. Em outubro do ano passado, o subsecretário de Arrecadação do
Fisco, Carlos Roberto Occaso, disse que estudos técnicos demonstram que
os parcelamentos especiais não são "eficazes" para o parcelamento do
passivo tributário.
“Não são medidas eficientes. Muito pelo contrário, as empresas aderem,
ficam um período, e acabam sendo excluídas pela inadimplência. Acabam
tendo diferenciais em relação aos contribuintes que pagam em dia e, com
isso, acabam tendo vantagens. Entretanto, a decisão não é da Receita
Federal. A decisão compete ao Executivo e ao Parlamento", declarou
Occaso na ocasião.
Segundo números oficiais, a alta real da arrecadação neste ano está
relacionada, também, com a arrecadação extraordinária de R$ 6,5 bilhões
do PIS, Cofins, do IRPJ e da CSLL em decorrência de depósitos judiciais e
venda de participação societária, além do lançamento de uma multa de
ofício em dezembro do ano passado.
Recorde para meses de dezembro
No último mês do ano passado, a arrecadação federal somou R$ 118,3 bilhões, novo recorde para meses de dezembro – superando, inclusive, o valor de R$ 116 bilhões antecipado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no início deste ano.
A arrecadação de dezembro contou com a ajuda de cerca de R$ 1,5 bilhão
do novo Refis e de R$ 2,5 bilhões por conta de uma multa aplicada pelo
Fisco.
O recorde anterior, para meses de dezembro, havia sido registrado em
2011 (R$ 111,3 bilhões em valores corrigidos pelo IPCA). A arrecadação
de dezembro foi a segunda maior para todos os meses, perdendo apenas
para janeiro deste ano – quando totalizou R$ 121,8 bilhões.
Por tributos
A Receita Federal informou que o Imposto de Renda arrecadou R$ 300 bilhões no ano passado, com alta real de 4,29% sobre 2012. Neste valor, também está incluído o pagamento de débitos em atraso pelas empresas e pessoas físicas.
No caso do IRPJ, a arrecadação somou R$ 129 bilhões em 2013, com alta
real de 8,98%. Sobre o IR das pessoas físicas, o valor arrecadado
totalizou R$ 27,14 bilhões no último ano, com aumento real de 2,4%. Já o
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) arrecadou R$ 143 bilhões no ano
passado – alta real de 0,74%.
Com relação ao Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), os
números do Fisco mostram que o valor arrecadado somou R$ 48,3 bilhões em
2013, com queda real de 3,52%. Já o IPI-Outros somou R$ 20,3 bilhões no
último ano, com alta real de 0,39% sobre 2012. Este resultado, porém,
foi influenciado pelas desonerações de produtos da linha branca e de
móveis, informou o Fisco.
No caso do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), houve uma queda
real de 10%, para R$ 30,17 bilhões no último ano. Neste caso, além da
desaceleração no ritmo dos empréstimos bancários, que vem sendo captada
pelos números do Banco Central, também houve redução da alíquota para
pessoas físicas em 2012 e para derivativos no ano passado.
A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), por
sua vez, arrecadou R$ 206,47 bilhões em 2013, com aumento real de 8,65%,
enquanto a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) registrou
arrecadação de R$ 67,5 bilhões no último ano, com alta real de 7,48%.
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