Rui reclama de boicote dos adversários, usando mesma estratégia utilizada contra ele - Bahia Expresso

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Ita melhor

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Rui reclama de boicote dos adversários, usando mesma estratégia utilizada contra ele



O governador Rui Costa relatou, nesta terça-feira (12), ter ouvido de um prefeito do oeste que uma obra de infraestrutura na região de Barreiras poderia não ter o convênio firmado por receio dos “dividendos políticos” para ele. O relato aconteceu em meio a críticas de que os oposicionistas a ele, que agora possuem influência no Palácio do Planalto e controlam as três maiores prefeituras do estado, estariam boicotando a Bahia para tentar enfraquecer Rui politicamente com foco em 2018. O contexto do governador inclui o empréstimo de R$ 600 milhões do Banco do Brasil, cujo contrato já foi assinado e, até o momento, não houve a liberação do montante para investimentos em infraestrutura – com destaque a construção e requalificação de estradas. “Pedem para ser republicano e agem dessa forma”, atacou Rui. Foi uma indireta ao grupo político do prefeito ACM Neto, adversário em potencial da tentativa de reeleição do governador. Ainda assim, pareceu uma crítica levemente rasa. No caso do empréstimo, por exemplo, é sabido que não apenas o governador é alvo do atraso. Parcela significativa dos deputados federais torce o nariz para a liberação dos recursos por argumentarem que o empréstimo será utilizado como plataforma política para o filho do senador Otto Alencar, Otto Alencar Filho, chegar à Câmara dos Deputados. Já o caso do prefeito de Barreiras, Zito Barbosa, que estaria disposto a não capitalizar politicamente uma estrada para evitar que Rui também ganhe com a obra, chega a ser temerário imaginar ser possível tal atitude. Apesar de correligionário do prefeito ACM Neto, a longo prazo, seria suicídio político de Zito deixar uma obra passar. Ninguém seria suficientemente infantil para agir assim. Nem Zito nem ACM Neto. Ao falar sobre o tema com a imprensa, todavia, Rui transferiu qualquer responsabilidade pela eventual não realização da intervenção ao prefeito de Barreiras e ao seu aliado político. Um jogo esperto e que encontra amparo nos movimentos dos políticos mais hábeis. Tanto o empréstimo do BB quanto o caso de Barreiras e os usos que o governador fez dos dois casos mostram que Rui está mais profissional na cena política. Se antes ACM Neto jogava sozinho na estratégia de transferir a responsabilidade para outrem, como foram as inúmeras reclamações dele sobre o atraso para a liberação de empréstimos para o BRT da capital baiana na época de Dilma Rousseff, chegou a vez de Rui mover os peões com melhor desenvoltura. Cada vez mais perto, 2018 tem muito para ser um bom duelo político.

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