Jerônimo cobra ACM Neto e convoca baianos

Jerônimo Rodrigues cobrou um posicionamento do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), sobre a crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos

Por Henrique Brinco

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), cobrou um posicionamento do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), sobre a crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos após o presidente Donald Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o território norte-americano. A medida foi comunicada por meio de uma carta enviada ao presidente Lula (PT) e tem causado repercussões no cenário político e econômico nacional.

Durante a entrega de novas viaturas para as Companhias Independentes de Policiamento Especializado (CIPES) da Polícia Militar, ontem, no bairro do Bonfim, o petista baiano ironizou a postura do adversário político e questionou: “Ele já declarou que é contra o [aumento do] IOF, é contra a taxação dos super ‘ricaços’, vai defender também isso? Não tem como. Nessa hora, eu estou convocando os baianos e as baianas para defender a economia baiana, a economia brasileira e a soberania nacional”.

Em tom crítico, o governador também rechaçou comparações entre o Brasil e a Venezuela, feitas por setores da oposição. “Esse é um comportamento bolsonarista que está arraigado nessas pessoas. Ninguém na nossa posição entende que essa é uma postura correta”, afirmou. Ele ainda argumentou que sanções ou ações políticas não devem sacrificar a produção e os empregos: “Quantas construtoras e empresas grandes nós perdemos?”, lembrou, referindo-se à crise desencadeada após a operação Lava Jato.

Jerônimo classificou a reação de Lula à carta de Trump — que foi devolvida sem resposta — como “um ato de firmeza” e reforçou a importância de proteger a autonomia brasileira diante de pressões internacionais. “O Brasil tem dono, e o dono do Brasil é o povo brasileiro. A soberania nacional não pode ser motivo de chacota”, declarou.

O governador fez um apelo direto à população baiana para que se manifeste contra o que chamou de “desmando do presidente norte-americano”. Para ele, o momento é simbólico: “Estamos com o sangue quente da independência do Brasil na Bahia. É uma boa hora para que o Brasil veja a coragem daquele nosso presidente. Ele não baixará a cabeça, porque se o presidente baixar a cabeça, é o Brasil que estará baixando a cabeça. E nós não concordamos com isso”.

A cerimônia no Largo do Bonfim contou ainda com a presença do secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, e outras autoridades estaduais. O evento marcou o reforço da segurança em diversas regiões do interior da Bahia, com a entrega de novas viaturas às unidades especializadas da PM.