Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
O líder do PT na Assembleia Legislativa, Rosemberg Pinto, está
entre os deputados que discutiram a efetividade das ações do poder
público nos conflitos de terra na região sul do estado, na sessão desta
terça-feira (11). O parlamentar considera que o governo estadual fez o
que estava ao seu alcance, mas fez críticas à atuação da esfera federal.
“O governo federal retirou a Força Nacional contra a vontade do
governador, e ele não pode botar polícia lá, porque isso é de
competência da Funai e do Ministério da Justiça. O que ele tinha que
fazer, ele fez, pedindo providências ao ministro”, disse Pinto, ao
referir-se ao pedido de Garantia de Lei e Ordem (GLO) ao Ministério da Justiça, feito pelo governador Jaques Wagner na tarde desta terça.
Com a GLO, as Forças Armadas assumem a segurança nos municípios de
Buerarema e Una, para o reestabelecimento da ordem. “A informação que eu
tenho é que a Força Nacional foi tirada de lá porque o ministro da
Justiça comentou que isso daria repercussão negativa internacional. Isso
não é argumento. São homens e mulheres que estão reféns. Reconheço
alguns indígenas [envolvidos no conflito], mas que discordam da forma
agressiva como a coisa tem sido feita”, argumentou o deputado. O petista
ainda citou a morte do agricultor Juraci José dos Santos Santana, líder do assentamento Ipiranga, em Maroim, na madrugada desta terça em Una.
“Não podemos admitir fatos como esse. Juraci já tinha falado que estava
sendo ameaçado de morte ao governo, aos ministérios da Justiça e da
Casa Civil. Se há um culpado na morte dele, além do assassino, é o
ministro da Justiça, que ignorou isso”, ressaltou. Apesar de deputados
da oposição, como Augusto Castro (PSDB), defenderem a criação de uma
comissão para cobrar ações ao Ministério da Justiça, Pinto considera que
a medida não é necessária. “Nós já fomos a Ilhéus, a Itabuna, fomos nos
locais, conversamos com as partes...Tudo que vier para somar é bom, mas
acho que uma comissão seria extemporânea. A responsabilidade de agir é
do governo federal”, finalizou.
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