por Eduardo Bresciani | Agência Estado
Encurralada
após a absolvição do deputado Natan Donadon (sem partido-RO), preso
desde junho, a Câmara aprovou nesta terça-feira (3), por unanimidade dos
452 presentes, uma proposta que acaba com o voto secreto no
Legislativo, sendo que a regra é estendida a assembleias legislativas e
câmaras municipais de todo o país. Apesar da aparência moralizadora, a
decisão embute uma armadilha, porque líderes da Câmara se recusam a
aprovar proposta paralela que abriria de imediato o voto em casos de
cassação de mandato. Assim, somente após a aprovação pelos senadores da
nova proposta, a mudança viraria realidade. O presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), já fez nesta terça críticas ao encaminhamento
dado pela Câmara. A escolha do voto aberto como resposta ao caso
Donadon foi comandada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN). Em seu 11º mandato, ele classificou a absolvição como o maior
dano que a Casa sofreu ao longo de todo este período. "Peço desculpas
ao povo brasileiro por aquela sessão que surpreendeu negativamente o
País", disse. Alves reuniu-se com Joaquim Barbosa, presidente do STF, e
espera que a liminar do ministro Luís Roberto Barroso suspendendo a
absolvição de Donadon seja analisada na próxima semana.
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