Foto: Valter Pontes / Agecom |
O Brasil terá oficializada até a próxima semana a fundação da
31ª legenda, o Partido Republicano da Ordem Social (Pros), que surge
como um abrigo para políticos que querem se candidatar sem a obrigação
de seguir uma ideologia definida, o que teoricamente seria o objetivo
das legendas. A nova sigla terá o número 90 e apenas uma determinação no
estado: ser da base aliada do prefeito ACM Neto (DEM). Em entrevista ao
Bahia Notícias, o secretário municipal de Promoção Social e Combate à
Pobreza, Maurício Trindade (PR), detalhou o posicionamento da
agremiação, já que recebeu do prefeito a incumbência de capitanear a
implantação do Pros-BA. “O prefeito quer trazer o partido para ele e
para o nosso grupo”, pontuou Trindade, que abre oficialmente nesta
sexta-feira (13) as negociações com possíveis novos integrantes, o que
já tem acontecido nos bastidores, inclusive nomes como o deputado
estadual Bruno Reis (sem partido), um dos cotados para ser o presidente
estadual do novo grupo, fato não confirmado pelo gestor republicano. O
secretário ainda lembrou – conforme noticiado com exclusividade pelo BN
– que ACM Neto tentou negociar a adesão de aliados ao Partido
Solidariedade, do deputado federal Paulinho da Força (PDT), mas sem
sucesso. “Ele tinha conversado com Paulinho, mas tem que ver qual a
linha que o partido vai seguir e o Solidariedade está mais perto de
Medrado [deputado federal pelo PDT-BA], que está mais próximo do
governador do Estado [Jaques Wagner (PT)]. Estaremos em uma linha
política diferente”, explicou. A linha diferente é basicamente um
vale-tudo, em que os políticos poderão ingressar no Pros e defender a
“ideologia que quiserem”, desde que apoiem ACM Neto.
Para o secretário, o fato de a sigla surgir para abrigar
qualquer ideologia não é um problema, pois “brasileiro vota em uma
pessoa e não no partido”. A intenção do prefeito ACM Neto é estabelecer
quem estará em sua base para seguir o comando democrata. No entanto,
Trindade adiantou que o Pros deve ficar neutro em relação aos governos
federal e estadual, com atos de oposição pontuais. Em 2014, os
integrantes só não podem bater de frente com o candidato do prefeito, a
exemplo do próprio Trindade. “Hoje estou no PR, que está com o governo
do Estado. Não posso ser secretário de ACM Neto e estar em outra
campanha. Meu problema não é pessoal, mas estamos dividindo os times”,
ressaltou. A nova legenda é mais um reforço para a fase “paz e amor”
de ACM Neto, que poderá fazer uma campanha sem enfrentamento direto com
o candidato do governador. Até outubro, o país deve ganhar, pelo menos,
mais dois partidos: Rede Sustentabilidade e Solidariedade. Trindade
afirma que, diferentemente dos concorrentes, o Pros não tem um “cabeça” e
também não está sendo criado agora, mas sim há quatro anos. “É um
partido bem democrático e cada estado decide [o posicionamento]”, disse o
republicano, que decretou o que muito brasileiro já percebeu: a
ausência de uma ideologia clara entre as legendas existentes. “Nas
caminhadas [manifestações] do mês passado estavam todos sem partido.
Hoje não existe mais comunismo como na Rússia e o capitalismo nos
Estados Unidos. Não existe, de nenhum lado, ideologia”, denunciou.
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