Em reunião com sindicatos de motoboys e representantes dos
Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans), o Conselho Nacional de
Trânsito (Contran) decidiu nesta terça-feira (5) adiar por pelo menos 15
dias o prazo para aplicação obrigatória de multa para motoqueiros que
trabalham sem curso de capacitação, deixando para os estados a opção de
punir ou não os infratores.
Até o dia 20 de fevereiro, cada Detran poderá optar por multar ou
adotar a chamada "fiscalização educativa", em que o agente de trânsito
apenas alerta o infrator que não comprovar ter realizado o curso, que
ensina procedimentos de segurança para transporte de cargas e
passageiros.
A punição obrigatória já deveria ocorrer desde o último domingo (3),
conforme previa uma resolução de agosto do ano passado. O adiamento
ocorreu por pressão dos sindicatos, que alegam tempo insuficiente para
adequação.
Trabalhar em moto sem curso é infração gravíssima, com multa de R$
191,54 e sete pontos na carteira (se chegar a 20 no período de um ano, o
condutor perde a carteira de habilitação).
No dia 20 de fevereiro, os sindicatos voltam a se reunir com os Detrans
e o Contran para discutir o assunto. Na reunião desta terça, o
Sindimotosp e o Sindimotodf, de São Paulo e Distrito Federal, informaram que vão formalizar pedido de mais um ano de fiscalização educativa.
A lei que previa a obrigatoriedade do curso para motofretistas e
mototaxistas foi publicada em 2009, mas só em agosto do ano passado foi
regulamentada em resolução do Contran.
O secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Canindé
Pegado, argumentou que o prazo é muito curto e deveria ser estipulado
por localidade. Cada estado teria o seu prazo para se adequar à lei.
Para o Presidente do Sindimotosp Gilberto Almeida dos Santos, a responsabilidade da regulamentação da lei é dos estados.
“No estado de São Paulo,
vamos trabalhar para que o cronograma seja cumprido, definido a partir
do dia 20 de fevereiro pelo Conselho, e tentar trabalhar a
conscientização dos municípios da importância da regulamentação. Os
motoboys querem se regularizar, mas os municípios também precisam fazer o
dever de casa”, disse Santos.
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